domingo, junho 22, 2008

BANCO REAL




A importância da Responsabilidade Social Empresarial
Elaborado por:
Daniele de Souza Gall
Luciana Coutinho Silva
Maria Aparecida Faleiro Gualhardi
Mariana da Silva Soares
Robson Cucco Gomes

Orientação:
Profª Regina Rianelli









O termo Responsabilidade Social Empresarial (RSE) se consolidou na cultura corporativa brasileira ao longo da década de 90. Associada a ações sociais e transparência administrativa, RSE pode ser sintetizada como a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com seus públicos e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, de forma a preservar recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitar a diversidade e promover a redução das desigualdades sociais.
O crescimento dos fundos de investimento formados por ações de empresas socialmente responsáveis, principalmente nos Estados Unidos e Europa, reflete o avanço dessa nova forma de gerir os negócios. Hoje, o empresariado tem interesse de inserir outras metas para sua companhia que não só a lucratividade.


Um exemplo nesse sentido é o Sustainability Index, da Dow Jones, que enfatiza a necessidade de integração dos fatores econômicos, ambientais e sociais nas estratégias de negócios das empresas. Outro são as normas e padrões certificáveis relacionados especificamente ao tema da responsabilidade social, como a SA8000 (relações de trabalho) e a AA1000 (diálogo com partes interessadas), cada vez mais comuns no ambiente corporativo em todo mundo.
No Brasil, o Instituto Ethos concebeu os Indicadores Ethos como um sistema de avaliação do estágio em que se encontram as práticas de responsabilidade social nas empresas. Elaborados em 2000, o sistema de avaliação estimula a adoção de padrões de conduta ética como valores e transparência, público interno, meio ambiente, fornecedores, consumidores e clientes, comunidade, governo e sociedade.


Com isso, além de mais seguras, as empresas socialmente responsáveis estão melhor preparadas para assegurar a sustentabilidade a longo prazo dos negócios, por estarem sincronizadas com as novas dinâmicas que afetam a sociedade e o mundo empresarial.


Exemplo de Responsabilidade Social Empresarial:


BANCO REAL


Dar certo, fazendo a coisa certa, do jeito certo

História


No Brasil, a história do ABN AMRO Bank (Banco Real) começa há 87 anos, com a chegada do Banco Holandês da América do Sul às cidades do Rio de Janeiro e Santos. Em 1963, a instituição adquiriu 50% das ações da Aymoré Financiamentos e mudou de nome para ABN AMRO Bank em 1993.


Missão


Ser uma organização reconhecida por prestar serviços financeiros de qualidade exemplar aos clientes, gerando resultados sustentáveis e buscando a satisfação de pessoas e organizações que junto ao banco contribuam para a evolução da sociedade.


Visão


A sociedade em evolução, cada vez mais bem informada e consciente, busca a integração do humano e do ambiental com o econômico em todas as decisões. A empresa, como organização e como indivíduos, somos agentes dessa evolução.


Valores


Os valores corporativos (integridade, respeito, trabalho em equipe e profissionalismo) representam para o Banco Real uma bússola: é deles que vem a orientação para a tomada de decisão.
Os valores corporativos foram definidos mundialmente pelo Banco em 1997. A disseminação aconteceu através de "workshops" com todos os funcionários da organização, nos quais se discutiu a sua aplicação prática no dia-a-dia.
Desde então, dilemas e situações críticas são discutidas rotineiramente na organização, sempre buscando o alinhamento e a aplicação dos valores corporativos.
• Integridade - Acima de tudo há um compromisso com a integridade em tudo o que se faz, dentro e fora da organização.
• Respeito – A todas as pessoas independentemente de suas origens, hierarquia, sexo e idade. Valorizando a diversidade de idéias e opiniões, tratando com dignidade as diferenças e divergências.
• Trabalho em equipe - O trabalho em equipe é a essência do sucesso como rede bancária internacional. Compartilhando conhecimentos e recursos, visando o benefício de nossos clientes, funcionários, sociedade e acionistas.
• Profissionalismo - Compromisso de oferecer aos clientes o mais alto padrão de qualidade. Profissionalismo deve também orientar as relações internas da organização.
Banco Consciente


O Banco Real ABN AMRO pode ser considerado como uma empresa que trilhou o caminho correto – mesmo que mais trabalhoso – em busca da excelência em Responsabilidade Social. Ele escolheu promover um esforço para envolver todos os níveis de relacionamento da empresa no sentido de construir uma consciência coletiva de atitude socialmente responsável. Em outras palavras, tal mudança de postura ocorreu entre funcionários, diretores, acionistas, clientes e sociedade. Todos foram absolutamente envolvidos na proposta de mudar a visão de negócio, a começar do próprio presidente do banco, Fábio Barbosa, que à época sentenciou: “Não dá para ir bem num país que vai mal”.


A transformação teve início no ano de 2000, quando foi criada a Diretoria de Responsabilidade Social – comandada por Maria Luísa Pinto. O objetivo principal? Agregar valor à sociedade, colocando o banco à frente de iniciativas que mantenham o seu negócio sustentável, provendo iniciativas de responsabilidade social que permeiem todas as áreas da empresa. O desdobramento deste esforço gerou dez frentes de atuação: 1) Microcrédito; 2) Trabalho Voluntário; 3) Diversidade; 4) Academia; 5) Meio Ambiente; 6) Fornecedores; 7) Brincando na Rede; 8) Financiamento Sócio-Ambiental; 9) Fundo Ethical (de governança corporativa); e 10) Ações de Interesse da Sociedade. As novas resoluções, segundo a empresa, seriam uma forma de devolver para a sociedade parte do que a organização ganha com o seu negócio. Conheça os detalhes desse trabalho a seguir:


1) “Microcrédito”: é uma forma que o banco encontrou de contribuir para o desenvolvimento da sociedade sem fazer filantropia. O objetivo é ajudar as pessoas que sobrevivem por meio de negócios informais e não têm acesso aos sistemas convencionais de financiamento;


2) “Trabalho Voluntário”: trata do estímulo a funcionários no sentido destes participarem de ações voluntárias nas áreas de educação, cultura e esporte, por meio do Instituto Escola Brasil;
3) “Diversidade”: visa a integração e inclusão de pessoas diversas no trabalho. Esta iniciativa procura promover a capacitação de, por exemplo, pessoas portadoras de deficiência física para o mercado de trabalho;


4) “Academia”: estimula o crescimento profissional por meio do oferecimento de cursos para formação dos funcionários. Já foram lançados cursos multimídia em inglês e informática, por exemplo. O objetivo é abrir a Academia para a comunidade, porém, num primeiro momento, estão sendo atendidos parentes de funcionários;


5) “Meio Ambiente”: procura mostrar para os funcionários a necessidade de proteger os recursos naturais e os espaços urbanos. Até o momento, a atuação tem ocorrido no sentido de reduzir o consumo de água e promover a coleta seletiva de lixo na empresa. A economia feita com essas mudanças é destinada em forma de recursos para o Instituto Escola;


6) “Fornecedores”: são promovidas reuniões para discussão de idéias, no sentido de implementar, também nas empresas fornecedoras, a política de responsabilidade social. Seja em projetos individuais ou em conjunto com o banco;


7) “Brincando na Rede”: é um espaço comunitário destinado às crianças no site do Banco Real, que oferece oportunidade de diversão e aprendizado, ao mesmo tempo;


8) “Financiamento Sócio-Ambiental”: o Banco Real avalia os impactos sócio-ambientais (possíveis e reais) decorrentes das atividades das empresas que precisam de financiamento. O objetivo deste novo sistema de análise de crédito é privilegiar os clientes que já adotam medidas responsáveis nas áreas sociais e ambientais e aqueles que mostrem disposição de adequar seus negócios de modo a reduzir eventuais riscos. Foi desenvolvida, ainda, uma linha de crédito para a compra de veículos adaptados para portadores de deficiências físicas, compra de gás natural para veículos e aquecedores solares, além de financiamento para projetos de reflorestamento, saneamento ambiental, hospitais e ensino superior;


9) “Fundo Ethical”: lançado em 2002, é o primeiro fundo criado no país com base em critérios de responsabilidade corporativa, ambiental e social. O objetivo é valorizar empresas que adotam princípios éticos;


10) “Ações de Interesse da Sociedade”: o banco também participa de projetos diversos como o “Poesia Viva”, “Alfabetização Solidária”, “Prêmio Banco Real Universidade Solidária” e “Prêmio Banco Real de Talentos da Maturidade”, entre outros.

Alguns exemplos:


Construção Verde


Brasil ganha a primeira agência bancária com iluminação natural, energia solar e madeira certificada


Agência de Cotia em São Paulo


O Banco Real inaugurou recentemente uma agência que valoriza a qualidade ambiental interna, a racionalização de uso da água e a eficiência energética. Trata-se da primeira agência bancária do país construída dentro de uma política ambientalmente correta. A ação indica uma tendência internacional que está chegando ao Brasil, conhecida como ‘construção verde’.
Para ser considerado um empreendimento dentro desse novo conceito é essencial garantir o máximo de eficiência energética, o uso da água deve ser racional, os materiais devem ser de origem ambientalmente correta e a área externa deve contribuir para a preservação da biodiversidade. A cartilha da construção sustentável prevê ainda que os fornecedores fiquem próximos às obras, dessa forma elimina-se a necessidade de deslocamentos e minimiza a emissão de poluentes com os transportes.


A agência do Banco Real, instalada na cidade de Cotia, Região Metropolitana de São Paulo, foi concebida desde a prancheta do arquiteto para atender esses princípios. Na obra foram utilizados tijolos reciclados, tinta sem solventes e assoalho e móveis de madeira certificada. A agência também foi planejada para aproveitar ao máximo a luz natural, utiliza energia solar para iluminação das áreas de auto-atendimento e possui um sistema de ar condicionado que não emprega gases nocivos à camada de ozônio.


A alternativa ainda é cara. Segundo Marcos Casado, da Superintendência de Engenharia e Arquitetura do Banco Real, a construção dessa agência teve um custo 30% maior que o de uma agência convencional. Mas o modelo irá acarretar em economias futuras. “Como se trata de uma obra que buscou tornar as operações mais eficientes, como a iluminação e consumo de água, por exemplo, vamos ter despesas menores que numa agência convencional”, destaca. Na agência também foram instalados sistemas para o aproveitamento da água das chuvas e tratamento do esgoto, com reuso da água nas descargas dos sanitários e na irrigação do jardim.


Mas para especialistas, o aumento de custos não é uma regra. Segundo a diretora da Sustentax Engenharia de Sustentabilidade, Paola Figueiredo, uma construção sustentável pode custar o mesmo que uma construção convencional. “Se desde a concepção do projeto, a equipe estiver focada em projetar um empreendimento sustentável não terá aumento nos custos”, explica.
Por sua conduta responsável, a agência do Banco Real deve receber em breve o primeiro selo verde – o Liderança em Energia e Design Ambiental (Leed, na sigla em inglês) – entregue para um prédio construído no Brasil. O certificado será concedido pelo Conselho da Construção Verde (CGB, em inglês), uma organização norte-americana que avalia se a construção segue padrões que reduzam o impacto ambiental.

Educação Pública de Qualidade


O Projeto Escola Brasil é um programa de voluntariado corporativo do Banco Real que conta com a força de funcionários, familiares, clientes, fornecedores, parceiros e a comunidade. O projeto visa contribuir para a melhoria da educação na escola pública, estreitando os laços da escola com a comunidade na qual está inserida.


Junto com a escola, os grupos voluntários mobilizam parcerias capazes de transformá-la em um pólo de desenvolvimento local sustentável, compondo uma rede de relações dinâmica, criativa e produtiva. Hoje, aproximadamente 2 mil voluntários realizam trabalhos em mais de 150 escolas, nas diferentes regiões do país.


Eles refletem, constantemente, sobre o que podem fazer, como funcionários e cidadãos, para melhorar a educação pública brasileira. Agem de maneira muito próxima das escolas, entendendo seus desejos e necessidades. E promovem iniciativas que tornam a escola mais potente e autônoma, assumindo, de fato, o lugar que lhe cabe na sociedade.


O Projeto Escola Brasil atua em três dimensões: Infra-Estrutura, Gestão e Pedagógica. São trabalhados os eixos Esportes, Recreação, Arte e Cultura, Meio Ambiente, Diversidade, Empreendedorismo e Geração de Renda.


Programa Compartilhar


O enfoque do nosso investimento social é a educação. E, como nas demais ações de sustentabilidade que implementamos, resolvemos cuidar da educação dentro de casa. Foi assim que surgiu o Programa Compartilhar, voltado à alfabetização e à conclusão do ensino fundamental de funcionários de empresas terceirizadas.


O Compartilhar nasceu em 2003, quando um de nossos profissionais atentou para o fato de termos alguns funcionários de empresas terceirizadas que não sabiam ler e escrever. Um grupo de trabalho composto por funcionários do Banco e representantes das empresas fornecedoras mapeou a demanda.


Foram identificadas, inicialmente, 110 pessoas que não sabiam ler e escrever ou haviam interrompido os estudos no ensino fundamental. Estavam incluídos nesse levantamento também funcionários que não trabalhavam em nossas dependências.


O grupo estudou as metodologias existentes para alfabetização de adultos e propôs o desenho do projeto. Contratamos uma instituição especializada em alfabetização de adultos e cedemos espaço para as aulas. Os fornecedores ficam encarregados dos materiais, como cadernos e lápis.
Foram montados dois cursos: um de Habilidades Básicas, que abrange a alfabetização até o nível equivalente à 3ª série e outro da 4ª à 8ª séries do ensino fundamental. A primeira turma de habilidades básicas formou-se em fevereiro de 2004 e deu continuidade ao ensino fundamental.
Hoje, temos uma pequena escola em nosso edifício sede, que proporciona aos funcionários de nossos fornecedores o acesso à educação de qualidade.


Após 4 anos, o Programa Compartilhar está no caminho de cumprir sua missão na formação de fornecedores. Atualmente existe uma turma exclusiva para a formação de funcionários da empresa OSESP, que se tornou parceiro do banco há pouco tempo. Além disso, o trabalho agora está focado em garantir que todos os fornecedores tenham realmente concluído o ensino fundamental e tenham sido alfabetizados.

Gestão de Fornecedores


Juntos numa jornada, todos ganham
Em meados de 2001, começamos a mobilizar nossos fornecedores para uma reflexão sobre a necessidade de gerir os negócios sob a ótica da sustentabilidade. Fazemos isso por meio da conscientização e temos envolvido um número cada vez maior de fornecedores.
Eles são convidados a participarem de um encontro no qual partilhamos nossa experiência e os incentivamos a adotarem práticas sustentáveis na gestão de suas empresas. Quem aceita o desafio faz uma auto-avaliação, com base nos Indicadores Ethos, e traça planos de melhorias dos aspectos mais críticos.
Esse trabalho tem influenciado muitos empresários a trilhar o caminho da sustentabilidade e a replicar esse novo jeito de atuar em seus relacionamentos.